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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Spandauer Vorstadt

por Luiz Carlos Monte

Em busca de uma nipo-hamburgueria

Último dia de Berlim, 19 de julho de 2015. Depois do museu do Pérgamo, ainda dava um tempo para mais um passeinho explorando a região de Spandauer Vorstadt, uma das regiões que merecia uma visita e não tivemos tempo de explorar suficientemenete, como contei no post Berlim, julho de 2015

Spandauer Vorstadt

Vorstadt quer dizer subúrbio, o que deve ter sido algum dia. Hoje, Spandauer Vorstadt faz parte do mitte (centro) de Berlim. Sua parte oriental chama-se Scheunenviertel, pedaço que nem fomos. Frequentemente os guias se referem a todo Spandauer Vorstadt como sendo Scheunenviertel, mas o certo é o contrário.

Spandauer Vorstadt e Scheunenviertel (clique para ampliar).

Nos dois dias apressados que passeamos aí, vimos e apreciamos: (clique no mapa acima para ver os locais)
  1. o memorial dos judeus (falo mais dele adiante neste post), 
  2. o parque Monbijou
  3. o Hackescher Markt com seus bares (fomos no Weihenstephaner), 
  4. o Hackescher Hof (uma interessantíssima e intrincada galeria); 

  5. passamos

  6. pelo Strandbar Mitte (bar na beira do rio), 
  7. pela Rosenhöfe (outra galeria), 
  8. pela Sophienkirche (igreja de Sta. Sofia) 
  9. e pelo antigo cemitério judeu (Alte Jüdische Friedhof).

  10. Parece que ainda há outras atrações nessa região:

  11. o Clärchens Ballhaus (antigo salão de dança), 
  12. o Kunst-Werke (KW. Arte contemporânea, com o Café Bravo, famoso pelos seus bolos), 
  13. o Heckmann Höfe (outra galeria, com jardim e uma loja de balas estilo antigo, a Bonbonmacherei), 
  14. caminhar pela rua Oranienburger 
  15. e a Nova Sinagoga (Neue Synagoge) que vimos de longe várias vezes. 

  16. Há também

  17. o teatro de revista Friedrichstadt-Palast
  18. o centro de arte Kunsthaus Tacheles
  19. o prédio dos correios (Postfuhramt)
  20.  e certamente outras coisitas.

Große Hamburger Straße

Após o museu, no nosso último dia de Berlim, como a necessidade de comer nos guiava, tomamos uma direção determinada, seguindo a Große Hamburger Straße, que imaginei ser a "rua do hambúrguer grande", rumo ao Shiso Burger.


Seguimos a rota que no mapa acima está desenhada com uma linha roxa, saindo do Pergamonmuseum. No início da Burgstraße, no James-Simon-Park, vimos umas pessoas em volta de uma escultura e fomos lá ver. É um grupo escultório muito estranho, em memória do educador Adolph Diesterweg. 


Memorial a Adolph Diesterweg (wikipedia)

Minha foto é só de um detalhe do grupo escultório.

No início dessa rua Große Hamburger, há o antigo cemitério judeu e, na calçada dele, o grupo escultório Jüdische Opfer des Faschismus (judeus vítimas do fascismo) de Will Lammert, à guisa de memorial.

Memorial Jüdische Opfer des Faschismus (judeus vítimas do fascismo)

Detalhe

O local foi cemitério judeu desde 1672, até ser destruído pelos nazistas.

Mais adiante na Große Hamburger Straße, vem a igreja de Santa Sofia. Vimos de longe porque nosso objetivo era outro...

Igreja de Santa Sofia (Sophienkirche)

Shiso Burger

Comer um hambúrguer sentado era uma boa pedida. A preocupação com a hora de partir, o cansaço da fila e da visita ao museu e a tal da fome serviram de estrela de belém. Alguém tinha recomendado e fomos ao Shiso Burger. Seguimos a Große Hamburger Straße até a Auguststraße, viramos à direita e no número 29 achamos o lugar.

É bem pequeno, mas dobra seu espaço com umas mesas na calçada. Sabíamos que é procuradíssimo e fica apinhado com longas horas de espera (tem gente que pede pra viagem e come em alguma praça). Mas ainda nem eram 18h do domingo. O nosso famoso truque de só ir a restaurante nos horários mortos funcionou mais uma vez. Logo-logo conseguimos um lugarzinho para dois, na parte de dentro, como queríamos, porém meio espremidos por um casal espaçoso ao lado.

Não precisa perguntar a senha do wi-fi !!
Tenho preguiça de escolher prato. Daí gostei do lugar só ter 9 opções, todas hambúrgueres: Uma de carne angus; outra, do mesmo acrescido de queijo; outras opções são de camarão, atum, salmão e duas veggies (de cogumelos ou de berinjela). Pedimos o cheeseburger de angus, carne de primeiríssima qualidade. Além da carne e do pão excepcionais, os sanduíches contêm ingredientes, alguns orientais, caprichosamente os tornando únicos. Não comerás algo semelhante em outro lugar. E se não tivéssemos pedido vinho e coca-cola, beberíamos refrescos e drinks também únicos.

Sim, o sanduíche não é grandão.

A maioria das mesas pedira batatas fritas torcidas, nós imitamos. Tínhamos visto isto em vários lugares, mas ainda não experimentado. É bem bom, mas esfria mais rápido.

Twisted potato.


Tudo vem servido em steamers de bambu, o que é bonitinho e dispensa a lavagem de pratos...

O lugar é simpático, provavelmente pelo público que o frequenta (ok, é hipster), já que o ambiente é bem simples e o atendimento lento e não carinhoso. A decoração usa uma madeira clara que, no balcão do caixa, lembra caixotes. Ou seja, rústico chique. A Adriana se assustou um pouco com o chão escorregadio de gordura. A comida estava bem gostosa (lembrando sempre que trouxéramos os principais temperos: fome, cansaço e boa vontade).

Era o último passeio da viagem. No início dela, evitávamos gastar notas para não ter que ficar sacando; pagávamos tudo no cartão (crédito ou débito). Talvez evitássemos o Shiso Burger, se tivéssemos por lá passado, pois só aceita dinheiro vivo.

Só dinheiro vivo. Antipático? Não com o Johnny avisando.

Shiso

Quem olhar o menu do restaurante, verá que o tal hambúrguer de atum é chamado de Shiso Burguer, o mesmo nome da casa, e contém uma folha de shiso como ingrediente. O próprio site descreve laconicamente que shiso "é uma folha". E parece que sem graça.

Folha de Shiso. Comumente serve como leito de wasabi ralado (wikipedia).


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