por Lúcia Mattoso Monte
Quem me conhece sabe que dentre os filmes recentes da Disney/Pixar, o que ganhou meu coração é Valente. Sou bem parcial quando alguns elementos aparecem nos filmes, e o fato de Brave se passar na Escócia (com direito a sotaque carregado nos personagens) e trazer uma ruivinha empolgadona como protagonista garantiu o topo do meu ranking da última década.
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| Muita ruivice, guloseimas, tartans e sotaque delícia |
Também ajudou eu estar atualmente mais interessada em imagens bonitas combinadas com histórias emocionantes do que simplesmente o número de piadas por segundo nesses filmes de animação (o que já foi um quesito de avaliação na minha adolescência, e nesse ponto A Nova Onda do Imperador provavelmente é o melhor filme da Disney. Ever.).
Por outro lado, quando saí da sessão de cinema em que vi esse longa protagonizado pela princesa Mérida, parte de mim sentiu uma leve frustração nostálgica, pensando que "não se fazem mais musicais de animação como nos anos 90". Eu gosto das canções de Brave, são tão bonitas quanto a animação. Mas para quem viu na infância lançamentos como a Bela e a Fera, Aladdin e Rei Leão, um desenho simplesmente não é tão empolgante sem a catarse musical de ter o protagonista narrando seus sentimentos sobre uma melodia impactante.
Pois bem, essa frustração se resolveu com Frozen. Filme que nem vi no cinema, por ressalvas que criei dada minha própria afeição pela "Valente" princesa Mérida. Eu impliquei com o discurso de que "Frozen quebra o paradigma da princesa que precisava se casar para viver feliz para sempre" porque... a Mérida já tinha feito isso! Aliás, sou da turma que acredita que a força das princesas já vem sendo trabalhada há muitos longas da Disney... Enfim, estou aqui para falar das músicas e não para me justificar por essa implicância infeliz, totalmente eliminada após ver o longa (que me ganhou na cena em que apareceu um quadro do Fragonard!).
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| Cena da canção "For the first time in forever" - a pintura francesa do século XIII é muito apreciada em Arendelle |
As canções são o grande mérito de Frozen, que faz um excelente trabalho em combinar harmonia, melodia, letra e animação para transmitir o sentimento exato ao espectador. Tirei meu chapéu quando vi o vídeo abaixo, em que um professor de música da Williams College analisa cada um desses elementos em Let it Go e mostra por que tudo faz sentido naquela cena. (Infelizmente não tem legendas)
A minha música preferida do filme é o dueto entre Anna e Hans chamado Love is an Open Door, e simplesmente não descansei até conseguir convencer o Bernardo a gravar uma brincadeirinha caseira em cima dessa música. Quem quiser me ver (tá mais pra ouvir na verdade) pagando mico pode apertar o botãozinho abaixo!
Que o sucesso indescritível de público que Frozen conquistou deixe as portas abertas para novos bons musicais de animação.


Muito bom!! Falta então gravar o "Let it go" com o ukelele...
ResponderExcluirPrimeiramente, adorei o acento gálico que você botou em "Merida"!
ResponderExcluirSegundamente, digo que concordo com você com as catarses musicais. Mas também com as animações... Apesar de as animações da Pixar (e da Disney "tridimensional" também) serem infinitamente melhores que as animações de computador habituais, há muitos algos nos traços e movimentos da hand-drawn animation que me fazem suspirar de delícia e saudade (e terror, pois dificilmente elas voltarão) e que não encontro nesses filmes animados mais recentes. Mas deixa estar...
Terceiramente, também concordo que as princesas evoluíam faz tempo. Pelo menos desde a Ariel, em 1989. (Mas eu iria ainda mais longe: desde a Eilonwy, de "O caldeirão mágico", em 1985!)
Quartamente, a cena da Anna pulando e mimetizando os quadros deve ser a minha favorita em "Frozen" (nem preciso dizer qual das duas irmãs é minha predileta, né). Muito boa a lembrança do Fragonard.
Quintamente, ficou um doce essa versão de vocês pra música do filme. Agora vou ver esse vídeo do tal professor.